Ambas doenças são causadas por vírus e provocam sintomas semelhantes, portanto, não há outra forma de distingui-las senão por meio de um teste, dizem infectologistas |
Febre, coriza, congestão nasal, dores musculares, dor de cabeça…
Em tempos de pandemia, a covid-19 parece ser a primeira doença a vir à mente diante dessa combinação de sintomas, especialmente devido a uma nova variante — a ômicron.
Eis, então, que, sorrateiramente, um novo vírus aparece no Rio de Janeiro e acaba se espalhando a um ritmo veloz, inclusive para outros Estados brasileiros. Trata-se da epidemia de influenza A - H3N2, a cepa predominante na mais recente temporada de gripe no hemisfério norte. Ela vem lotando emergências de hospitais no Brasil e gerando muita preocupação. Também tem levado milhares de pessoas, muitas dos quais vacinadas, a pensar que contraíram o coronavírus, quando, na verdade, estão gripadas.
Tratamento e prevenção |
Tratamento e prevenção
Há medicamentos tanto para covid quanto para a gripe que podem aliviar os sintomas. Em casos graves, antivirais podem ser utilizados sob recomendação médica.
Mas as recomendações principais são: repouso e hidratação. E, evidentemente, evitar contato com outras pessoas, por conta da transmissão.
Segundo a Fiocruz, é importante ficar atento aos sinais de gravidade, como:
- Falta de ar e dificuldade para respirar;
- Dor ou pressão no peito ou estômago;
- Sinais de desidratação, como tonturas ao ficar de pé ou não urinar;
- Confusão mental.
E nas crianças:
- Respiração rápida ou dificuldade para respirar;
- Pele azulada (cianose) ou acinzentada;
- Não tem lágrimas ao chorar (em bebês);
- Vômito acentuado ou persistente;
- A criança não acorda ou não apresenta sinais de interação (fica apática);
- Irritabilidade;
- Febre com erupção cutânea e tosse persistente.
E como podemos nos prevenir?
A transmissão da gripe ocorre de forma muito parecida à da covid.
Portanto, em ambos os casos, a imunização é de extrema importância para proteção contra a doença — mesmo que alguns estudos recentes tenham mostrado que a vacina atual contra a gripe tenha baixa efetividade contra a H3N2. Há ainda das seguintes medidas (também comuns a ambas):
- Manter a distância de 1,5 metros das outras pessoas;
- Higienizar as mãos com frequência (lave com água e sabão ou use álcool gel 70%);
- Utilização correta das máscaras cobrindo a boca e o nariz;
- Adotar hábitos saudáveis, alimentar-se bem e manter-se hidratado;
- Não compartilhar utensílios de uso pessoal, como toalhas, copos, talheres e travesseiros;
- Evitar frequentar locais fechados ou com muitas pessoas.
Algumas orientações de especialistas
Segundo Raquel Stucchi, infectologista da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) " Os sintomas de gripe e covid são muito semelhantes, então não é possível fazer esse diagnóstico apenas pelos sintomas clínicos; são necessários os testes confirmatórios. Isso é possível através de exames laboratoriais rápidos, que indicarão se é covid ou influenza".
Eduardo Sprinz, chefe do Serviço de Infectologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e responsável pelo estudo da vacina de Oxford no RS, acrescenta: "Ambas são causas de síndrome respiratória aguda. Na maioria dos casos de influenza, os sintomas são mais abruptos e na comparação entre as duas, pessoas com covid podem apresentar alterações não usuais tais como paladar e olfato alterados e diarreia".
Neste sentido, Marília Santini, infectologista do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), acrescenta que "só deve procurar assistência médica caso sinta que é necessário - por exemplo, se a pessoa estiver com a respiração difícil, desidratada, sem conseguir se alimentar ou se hidratar, como em qualquer outra condição de saúde"
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